Web Summit 2022: O maior evento de TI da Europa

Marketing Zallpy
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Giovanni Bassani

Diretor de Negócios/Outsourcing da Zallpy

É sempre interessante acompanhar as tecnologias emergentes, a ebulição das startups e como a transformação das empresas – e da sociedade - tem acontecido ao redor do mundo. Nestes dias de evento junto com meu colega Renan Deves, viemos trazer a bandeira da Zallpy para solo Europeu e vamos resumir alguns pontos que tiveram grande destaque na grade de conteúdo do Web Summit 2022, que aconteceu entre os dias 31 de outubro e 04 de novembro, em Lisboa.

Partindo da escolha do local, Portugal tem se posicionado como um grande polo de tecnologia em franca expansão na Europa. Muito se deve aos incentivos do governo, a qualidade de vida, segurança, além da facilidade de deslocamento para países vizinhos com muita inovação, por meio das startups. Lisboa, inclusive, já ultrapassou a região do Vale do Silício quando comparado ao ritmo de crescimento de novas startups.

O evento mostra sua grandiosidade, em meio a diversos pavilhões com belas estruturas dividindo os espaços entre as grandes marcas e startups, essas divididas por país mostrando a diversidade e diferentes soluções em cada ambiente. O palco principal é uma arena preparada para comportar mais de 5000 pessoas, onde empresas, empresários e startups mostram como resolver seus problemas propondo inovação e melhoria contínua em seus negócios.

Temas amplamente discutidos no Web Summit 2022:

  1. Metaverso: muito conteúdo relacionado, começando a movimentar a indústria, mas da mesma forma que vimos apresentações de empresas que trabalham somente montando/vendendo a criação de avatares para o mundo digital (jogos e metaverso) temos algumas empresas e pessoas que ainda desconfiam do seu sucesso. Lembrando que o Metaverso, enquanto conceito de criar uma realidade digital, não é algo novo, mas no passado não emplacou visto o grande crescimento das redes sociais e na ocasião o alto custo de infraestrutura de TI. Muito se fala na decadência das redes sociais e da necessidade de um novo formato de relação entre pessoas e empresas. Será que agora emplaca? Algumas empresas já estão investindo pesado, mas como toda nova tecnologia demora para uma adoção em massa, algumas talks falavam especificamente na convergência e nos padrões entre o Metaverso para que realmente funcione e emplaque de forma global, mudando o dia a dia da sociedade.
  2. Futuro da Web 3.0: perdemos a conta de quantas apresentações sobre o tema aconteciam ao mesmo tempo dentro do evento. Mostrando desde conceitos básicos, quanto cenário total de transformação da internet. Mas qual será essa mudança? Da mesma forma que passamos para web 1.0 (utilização de e-mail, html básico), web 2.0 (maior interatividade e informação centralizada nos grandes players Google, Amazon, Microsoft, etc), entramos na fase 3.0 que muitos afirmam que em 5 a 8 anos transformará totalmente nossa interação. Na web 3.0 temos um cenário onde toda informação é descentralizada, onde a informação é gerada através dos dispositivos (celulares, notebook, servidores) utilizando blockchain e redes P2P com maior segurança passando principalmente o poder da informação e segurança de dados para as pessoas. As grandes corporações não terão mais acesso a TODA informação disponível dos usuários, sendo mais seguro e privado para cada pessoa e empresa. Além disso, a rede permitirá que os usuários interajam diretamente sem passar por um intermediário “confiável”, mudando a propriedade dos dados e, consequentemente, mudando o formato em que as pessoas e empresas se relacionam. Atualmente você presta um serviço como intermediário? Favor atentar a este tópico e analisar o seu modelo de negócio.
  3. Cultura corporativa e performance de times remotos: pós pandemia esse com certeza é um dos tópicos mais comentados e discutidos no dia a dia das empresas e nos times de trabalho. No início da pandemia muitos entregaram seus escritórios, “trabalhar de qualquer lugar”virou slogan de praticamente todas as empresas. O que vemos agora? Várias empresas retornando ao ambiente de trabalho, seja num formato híbrido ou totalmente presencial. E o remoto não funciona? Funciona, mas com moderação. A situação problema passa pela dificuldade de gerar uma cultura e um sentimento de pertencimento, onde as pessoas ficam totalmente isoladas com pouca interação e sua empresa passa a ser somente um meio de pagamento. O que vimos durante o evento são empresas buscando adaptar seu modelo para ter performance nos times remotos, com mecanismos de gerenciamento de entregas, feedback próximo das equipes, momentos de integração (remotos ou presenciais) e reforço de valores e cultura. Esse último é o principal ponto onde as empresas pecam, pois é necessário uma conexão entre o propósito da empresa e sua cultura com os valores das pessoas. Esse fit é importante para uma relação de médio prazo (sim na TI utilizamos pouco o longo prazo), mas sem esse penso em cima de melhores ferramentas e metodologias para gestão de times remoto, você possivelmente abrirá a mesma vaga a cada 6 meses.
  4. O investimento nas startups: muito se fala em uma recessão global devido à alta dos juros e os conflitos envolvendo Ucrânia e Rússia que prejudicam a cadeia de fornecimento de alimentos e a indústria energética da Europa. Por esse motivo, cada vez mais os fundos seguram os investimentos nas startups, e a consequência disso é demissões em massa em diversas startups e empresas de médio porte que dependem diretamente na injeção de investimento externo para alavancar seus negócios. Negócios até então em alta pelos fundos como Block Chain, cripto e NFT, perdem espaço nesse momento para startups com soluções vinculadas a problemas globais climáticos e energéticos, virando a bola da vez. Como sugestão, inclusive do CEO da Zilch, é o momento das startups analisarem fundos familiares e pessoas que realmente acreditem no seu negócio para escalar em tempos de preocupação e reserva de caixa das empresas e fundos. Todos estão preocupados aguardando movimentos do mercado.

A diversidade do evento enquanto conteúdos, porte de empresas, inovações em diferentes segmentos é o que realmente agrega e chama atenção. Inovação precisa resolver problemas reais. Com o custo alto do dinheiro global, cada vez mais investidores e fundos estarão atentos nas startups que melhor surfarem essa onda e trazerem benefícios diretos para a sociedade e o nosso planeta. Tecnologia por si só não faz nada sozinha, precisamos empoderar as pessoas e os times de trabalho para melhorar constantemente o nosso modelo de trabalho.

A certeza que temos é que para sermos competitivos nos próximos anos precisaremos nos reinventar.

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